Funcionários da Enel denunciam falta de equipamentos, riscos extremos e desigualdade no atendimento durante crise de energia

Enquanto milhares de pessoas permanecem sem eletricidade nas suas casas, após a passagem de um ciclone nesta quarta-feira,  10,  dois  funcionários da Enel São Paulo procuraram o Jornal na Net para denunciar, sob anonimato, as condições que enfrentam nas ruas durante a crise de energia que atinge diversas cidades da Grande São Paulo. 

Segundo eles, a empresa trabalha com estrutura insuficiente, expõe trabalhadores a riscos graves e prioriza bairros nobres em detrimento das comunidades.

“Saímos para a rua sem equipamentos suficientes”.

Os eletricistas afirmam que a falta de materiais básicos e de itens de segurança se tornou rotina.

“Precisamos improvisar para restabelecer energia. É um trabalho de alto risco que fica ainda mais perigoso sem os equipamentos necessários”.

Eles relatam que, mesmo com o aumento da demanda, a empresa não reforçou a estrutura de atendimento.


Segundo os funcionários, há prioridade interna para atender bairros nobres primeiro.

“As comunidades ficam cinco, até sete dias no escuro. A ordem é atender primeiro as regiões de maior renda.”

Desigualdade salarial gera paralisação e punições

Os trabalhadores afirmam que a Enel contratou novos funcionários por R$ 3.500,00, enquanto veteranos recebem R$ 2.315,00.

“Isso gerou revolta e uma paralisação silenciosa. Quem participou recebeu advertência, e o gerente disse que podemos ser demitidos por justa causa.”

Jornadas exaustivas e silêncio imposto

Eles relatam jornadas que chegam a 16 horas diárias e uma cláusula de sigilo que impede denúncias públicas.

“Trabalhamos das 6h às 22h, no sol, na chuva, no vento. Não podemos falar nada porque podemos sofrer retaliação.”

Pedido: condições dignas e segurança

Apesar das dificuldades, os entrevistados afirmam que não se recusam a trabalhar:

“Queremos apenas condições melhores e mais segurança. Fazemos o possível para restabelecer a energia, mas precisamos ser valorizados”.

O Jornal na Net permanece à disposição da Enel para esclarecimentos.

Da Redação do Jornal na Net

Comentários